“E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar.” (Marcos 9:42)
A pequena “Jullie” (nome fictício) de apenas 6 anos teve uma crise violenta na Escola. Ao ser repreendida pela professora, a menina começou a gritar, derrubou a cadeira e virou-a de pernas para o ar, foi até a mesa da professora, jogou no chão tudo que estava sobre a mesa, abriu as gavetas e tirou todas as coisas para fora. Seus amiguinhos ficaram apavorados quando a menina começou a atirar contra eles livros e cadernos.
Parece cena de filme, mas esse é o relato de uma professora de Jardim da Infância, publicado na Revista Times, há algum tempo, acontecido em uma Escola em Fort Wotyh, no Texas.
Em nosso país, não é diferente. Estamos vendo diariamente nos jornais notícias de agressões promovidas por crianças e adolescentes. Há pouco tempo, um menino de 10 anos atirou contra a professora e depois de suicidou, dentro da Escola. Não era uma criança agressiva, e vinha de um lar, ao que parece, mais ou menos estruturado, com pais evangélicos.
O que está acontecendo?
Vários estudos vêm sendo feitos, várias pesquisas em todo o mundo buscam uma resposta para essa crescente violência que está atingindo crianças cada vez mais novas.
Estamos treinando nossas crianças para matar? Essa pergunta foi feita pelo Tenente-Coronel David Grossman, ex-professor de psicologia, dos EUA, que atualmente ministra curso de psicologia do homicídio para militares e agentes do governo norte-americano, especialista no estudo dos efeitos psicológicos do combate no ser humano.
Os videogames, fliperamas e filmes violentos podem estar formando uma geração de pessoas insensíveis ao sofrimento de humano e de animais em geral. Pior, esses objetos ao serem consumidos compulsivamente podem estar produzindo assassinos inconscientes.
Em entrevista ao programa da TV americana "60 minutos", em 2001, Grossman, argumentou: "Muitos jovens passam horas intermináveis treinando em simuladores de homicídios (videogames), os mesmos simuladores que os soldados do exército treinam para matar. São máquinas que simulam como matar sem medir consequências. O treino consiste em: primeiro, ensinar o jovem a associar prazer com morte e sofrimento de uma vítima. Segundo, treinam a habilidade motora que o deixarão com uma pontaria muito acurada. Terceiro, esses jogos, simuladores da morte, ajudam o treinado a superar a aversão em matar pessoas. Os jovens que praticam jogos violentos durante muitas horas seguidas superam essa aversão, tornam-se insensíveis e automáticos nas miras fatais. O objetivo do jogo é sempre matar, não importa se pelas costas ou pessoas inocentes. Neles não existe ética. Marca mais pontos quem mais mata. O videogame dá bônus para quem acertar tiros nas cabeças".
"São mais que jogos; são mecanismos que preparam as crianças para tornar realidade suas fantasias de morte. Como aconteceu com Michel Carneal, de 14 anos que atirou em 35 estudantes dispersos, resultando na morte de três adolescentes. Michel nunca havia atirado com uma pistola na vida. Sua experiência veio de milhares de horas jogando videogames. Quando Michel abriu fogo, ele disparou 8 tiros, 8 jovens foram atingidos, sendo que 5 na cabeça. Os outros foram atingidos na parte superior do tronco. O FBI considera que, durante uma missão, um agente acerta menos de um em cada 5 tiros. No caso de Amadou Diallo (o imigrante africano morto por policiais em Nova York, recentemente), quatro policiais, atiradores de elite deram 41 tiros e acertaram 19. Ou seja, os policiais acertaram menos de 50% dos tiros".
Dedução óbvia: o treinamento em videogames domésticos pode ser mais eficiente que os dos militares. Michel nada tinha de assassino nato. Os problemas afetivos e de família, bem como as contradições sócio-culturais, devem ser levados em conta na formação da personalidade, mas não se pode negar que Michel como todos os outros jovens que se tornaram assassinos nos EUA e no Brasil (caso do estudante de medicina, Mateus, que num cinema em São Paulo, abriu fogo contra a plateia), todos, tinham um ponto em comum: eram viciados em videogames e filmes violentos. O fato foi que, "Michel atirou no alvo; ele colocou uma bala em cada coisa que apareceu na sua tela imaginária. Na tela, o sangue não tem cheiro, não podemos tocá-lo ou sentir o sofrimento alheio", conclui Grossman.
Filmes brasileiros da nova geração de cineastas, como “Cidade de Deus”, “Tropa de Elite”, apesar de demonstrar algum cuidado em não fazer violência explícita, deixa passar cenas que terminam induzindo a plateia a torcer ou até mesmo "vibrar" com o poder do narcotráfico. A banalização do crime, o descaso quanto a vida, o desprezo aos valores como solidariedade, respeito ao próximo, enredo em que falta a lei - a "desobediência é a lei", "tudo vale", "tudo pode", todos esses elementos quando estetizados na tela, em vez de causar reflexão e reorganização moral nos telespectadores poderiam causar reações de gozo sádico ou a sensação total de impotência e alternativa existencial e social (Revista Espaço Acadêmico, Ano II, Nº18 – ISSN 1519.6186).
As crianças não matam naturalmente, não são violentas ou agressivas por natureza. Essa é uma habilidade aprendida. Mas onde? Nos relacionamentos familiares, na televisão, no cinema, nos jogos de vídeo-game, na Internet.
Nos acampamentos de treinamento militar, a brutalização tem o objetivo de quebrar a moral e as normas existentes e levar o soldado a aceitar a destruição, a violência e a morte como um modo de vida. Isso o torna insensível à violência e a aceita como algo necessário à sua sobrevivência. Algo muito parecido está acontecendo com nossas crianças, e cada vez em idade mais tenra. Desde bebês, para distraí-los, enquanto estamos ocupados com as atividades do dia-a-dia, ou queremos um pouco de sossego, nós as colocamos diante da TV para assistir desenhos animados, em que, de forma velada, traz a violência como tema central: bichinhos engraçados que batem uns nos outros, fazem brincadeiras de mau gosto, etc.
Quantas crianças você já viu batendo no rosto da mãe ou do pai, batendo pé, fazendo pirraça, e os pais, assustados, perguntando: Onde foi que ele aprendeu isso? Aqui em casa ninguém faz isso, quem foi que ensinou para ele?
Acessos de raiva não são mais novidade nas crianças, como o pequeno de três anos que espetou a testa do colega com um garfo, e tantas outras histórias que ouvimos e vemos diariamente.
O filme Laranja Mecânica (1971) mostra a história de um jovem sociopata brutal, que é submetido a um tratamento no qual é preso a uma cadeira, e é obrigado a assistir filmes violentos, ao mesmo tempo em que lhe é injetado um soro que provoca náuseas e mal-estar. Após centenas de repetições, ele passa a associar as náuseas à violência e isso limita a sua capacidade de ser violento. Estamos fazendo exatamente o oposto com nossas crianças. Nós as levamos ao cinema e as colocamos em frente a uma TV ou em frente a um vídeo-game, permitimos que assistam cenas sangrentas, imagens de pessoas sofrendo, morrendo, sendo humilhadas, violentadas, e lhes damos refrigerante, pipoca, chocolate. Elas estão associando toda essa violência a algo bom, gostoso, legal.
Imagens vis, nojentas e agressivas estão moldando a mente das nossas crianças e jovens em todo o mundo. Qual será o futuro da nossa nação, quando essa geração, condicionada a não respeitar princípios, regras, autoridades, atingir a idade adulta?
Não podemos ficar passivos diante disso, e achar que tudo é normal. Precisamos proteger nossas crianças e tomar posição diante dessa situação para não deixarmos que Satanás corrompa a nossa semente nesta Terra.
Continuaremos a estudar sobre esse assunto, inclusive sobre a Internet. “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.” (Hebreus 3:13)
(Extraído do site do Ministério Internacional da Restauração - www.mir12.com.br)
Ana Paula,acabei de ler o texto acima,e realmente é estarrecedor... Como "nós evangélicos" não damos crédito aos acontecimentos q vemos todos os dias nos noticiários,etc...É por isso,q eu tenho PENSADO muito na minha filha,e ter vc como REFERÊNCIA,creio q irá fazer grande diferença na vida dela.Desejo grandemente q o Senhor Jesus continue a te abençoar,e abençoar grandemente esse seu MINISTÉRIO.Agradeço tb ao Senhor por ter me concedido a oportunidade e o privilégio de tê-la como amiga,mesmo estando ausente fisicamente,mas presente no coração.Eu nunca me esqueci dos ensinamentos q um dia vcs me repassaram.Obrigado mesmo!!!! ___ Um grande abraço,Kátia Cristina Quintaneiro
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